Obrigados Dr. António Costa, pelo que fez pelo peão!


Cruzamento da Duque de Loulé com Andrade Corvo em Lisboa

Um dos nossos leitores alerta-nos para um prédio devoluto com barreiras de proteção que está no mesmo estado há vários anos. Refere que anteriormente até existia uma paragem de autocarro, daquelas que ocupam todo o passeio, mas foi removida pois estava a albergar sem-abrigos. 

Apesar das inúmeras queixas para remoção dos carros que estacionam sem pagar dado haver um "vazio" legal desde a remoção da paragem de autocarro (não haviam lugares de estacionamento), de pedidos para aumento do passeio, da remoção das motas estacionadas em cima do passeio, nada parece interessar a quem tem poderes para fazer algo. 

Em 2012 foi sinalizado o prédio e até hoje pouco se viu. Refere o nosso leitor que quem fica prejudicado é o peão que não tem por onde se deslocar.


Perigo Rodoviário a Preços de Arromba nas manhãs do Instituto Espanhol de Lisboa

No acesso ao Instituto Espanhol, na Rua Direita do Dafundo, o perigo rodoviário serve-se a 50km/h, com acessibilidades pedonais muito reduzidas e o imbatível desconto das autoridades. Todas as manhãs escolares das 7h30 às 8h30!

Quais as ruas pedonais, com largura para carros?

Retratámos aqui recentemente como por essa Europa fora, os edis removem os carros dos centros urbanos. Coincidência ou não, recebemos há poucos dias estas fotos de um dos nossos leitores, exatamente do Martim Moniz, ou seja, de uma parte importante do centro histórico de Lisboa. 

As imagens falam por si! Obviamente que tal sucede com o conluio natural da autarquia de Lisboa, que deve considerar, a par com muitos automobilistas lusos, que trazer o automóvel para os centros urbanos, é um direito inalienável. As únicas artérias de Lisboa onde os carros não circulam -  e tal deve ser a regra dicotómica que a edilidade usa para definir se certa rua é transitável a automóveis ou não - é quando a largura da via, não permite fisicamente a entrada de veículos automóveis, como acontece em várias estreitas artérias em Alfama ou na Mouraria. Também não consta que a câmara de Lisboa tenha tentado converter escadarias em ruas transitáveis a automóveis, mas há automobilistas que arriscam o feito.

Deixamos todavia a pergunta aos nossos leitores para que respondam na caixa de comentários: qual das ruas em Lisboa, com largura suficiente para comportar automóveis, em que o trânsito motorizado está interdito? O Passeio Livre dá o pontapé de saída: a Rua Augusta. Aguardamos mais respostas.



 


Época de "caça"

A PSP de Vila Franca de Xira está de parabéns! Multou quem tinha de ser multado e esperemos que mantenha o ritmo! Mais ainda, atrevemo-nos a sugerir que convide os seus colegas dos outros municípios da Área Metropolitana de Lisboa para umas sessões de formação. Quem sabe, um dia, o Passeio Livre deixe de ter fotografias para publicar.

Infelizmente, neste país, a PSP fazer cumprir a lei continua, para muita gente, a ser uma "caça à multa", e até o edil daquele município acha que a "polícia deveria ter uma atitude mais benevolente". Com quem? É que já está na altura dos automobilistas serem benevolentes com os peões, e não lhes invadirem espaço que já é escasso.

Será que, com a recente crise nalguns bancos nacionais, vai ser criada a expressão "caça ao banqueiro"?

Eis o link para um excerto da Notícia: http://www.omirante.pt/?idEdicao=54&id=77823&idSeccao=479&Action=noticia

Eis o texto na íntegra:
Multas por mau estacionamento já começaram a chegar a autarcas de Vila Franca de Xira.

Polícia aproveitou reunião de câmara realizada na Escola Reynaldo dos Santos para multar todos os automóveis que estavam parados em cima do passeio. Vereadores, cidadãos e jornalistas foram autuados e nem o presidente da câmara escapou.

Oito meses depois já começaram a chegar às caixas do correio dos políticos, assistentes e jornalistas, incluindo do presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), as multas que a polícia passou durante uma reunião de câmara realizada na Escola Reynaldo dos Santos no Bom Retiro, em Vila Franca de Xira.
O caso gerou polémica em Fevereiro último durante uma sessão realizada na Escola Reynaldo dos Santos, numa zona onde é quase impossível arranjar lugares de estacionamento e onde praticamente todos os presentes se socorreram do passeio para deixar os automóveis. Na altura a PSP foi acusada de caça à multa, uma vez que 35 pessoas foram multadas em pouco mais de meia-hora. Nem o presidente da câmara, que conduzia a sessão pública, foi poupado.
A polícia multou vereadores da autarquia, técnicos do município, jornalistas e também pessoas que foram assistir à sessão e colocar questões aos eleitos. A 30 euros por cada multa a polícia contribuiu para as contas do Estado com 1050 euros.
Como O MIRANTE relatou na altura, o caso não apanhou de surpresa os moradores e comerciantes da zona, habituados ao que diziam ser “uma descarada” caça à multa. Uma das moradoras, Ana Sousa, já havia sido multada duas vezes só no mês de Fevereiro, sempre durante a hora de almoço, por ter parado o carro em cima do passeio junto da sua habitação.
Quem trabalha na escola diz deixar os carros no local “há décadas” por falta de alternativas mas que, de tempos a tempos, as multas aparecem. Na altura a PSP, contactada por O MIRANTE, não quis pronunciar-se sobre o assunto. Alberto Mesquita, presidente do município, considera que a polícia está a fazer o seu trabalho e a cumprir a sua missão. Mas nota que em determinadas situações a polícia deveria ter uma atitude mais benevolente, sobretudo numa cidade que não tem mais espaços para estacionamento.

Essen, onde o caminhante é Imperador

O repórter do Passeio Livre foi até Essen na Alemanha. Essen, localizada na região da Renânia do Norte-Vestfália, é a oitava maior cidade da Alemanha, com uma população de cerca de 500 mil habitantes e uma área de 210 km². Situada na Região do Ruhr, uma zona que outrora foi um grande centro de extração de carvão e de produção de aço, sendo ainda das zonas mais ricas e industrializadas da Europa, Essen não deixa de dar elevada primazia nas suas políticas públicas e urbanas, às pessoas, e não às máquinas motorizadas. Foi também a Capital Europeia da Cultura.

A cidade, por ter sido uma forte zona industrial durante o período do terceiro Reich, que fornecia aço e maquinaria bélica para o exército nazi, através da Krupp (atual ThyssenKrupp), foi fortemente bombardeada pelos aliados durante a segunda grande guerra. Tendo sido reconstruída praticamente de raiz, principalmente o seu centro histórico, os urbanistas não optaram por fazer os mesmos erros que em Berlim, Nova Iorque, Londres ou Lisboa, onde se dá enorme e grande primazia ao tráfego automóvel, com largas avenidas onde o espaço atribuído às pessoas representa quase sempre por norma menos de 10% da largura da via, sendo que os restantes 90% são para o fluxo de carros. Vede os casos em Lisboa da av. 24 de julho, av. de Ceuta, av. Infante D. Henrique ou av. da República. 

Todo o centro urbano de Essen, numa larga e vasta área, é estritamente pedonal. A cidade tem três grandes centros comerciais, mas situam-se apenas no centro urbano dando uma continuidade natural ao espaço público. Ou seja, quem passeia por Essen, não sente a diferença entre caminhar nas lojas ao ar livre ou, continuando o seu percurso, nas lojas situadas no centro comercial. A estação ferroviária de Essen (Essen Hauptbahnhof) situa-se no centro urbano no início da dita área estritamente pedonal. Como consequência, o espaço público é prezeroso, oferecendo aos cidadãos qualidade de vida, sendo que estas políticas públicas de mobilidade promovem também florescimento do comércio local.

Na Alemanha, motor económico da Europa, os urbanistas dão prioridade aos peões. Em Portugal, país recém-resgatado na cauda da Europa, os urbanistas dão prioridade ao automóvel.
























Largas praças sem carros

Largas avenidas sem carros

Sábado de manhã, as pessoas vão às compras



Parque para bicicletas



Apesar do frio, as pessoas ocupam as esplanadas, tal a qualidade do espaço público





Zona estritamente pedonal

Um centro comercial integrado no espaço público pedonal





Outro centro comercial









Repare-se na largura da avenida, estritamente pedonal.
Onde em Essen passeia a criança, em Lisboa circula um automóvel.





Outro centro comercial, junto ao município (Rathaus)





Praças amplas sem carros

Crianças brincam em segurança

Esta zona permite cargas e descargas e táxis dentro de um certo horário