Por que colo.
Li aqui o seguinte comentário de um leitor: "detesto visceralmente a justiça pelas próprias mãos, mas, neste caso, não posso deixar de vos dar razão". Digo eu: detesto visceralmente a justiça pelas próprias mãos e, por isso mesmo, assinalo, com um autocolante, os carros cujos condutores estacionam de maneira selvagem. O que pretendo com isso não é fazer justiça - até porque as penas a aplicar, se fosse esse o caso, seriam muito mais graves do que uma mancha de cola de remoção tão fácil (e menos repugnante) quanto a dos dejectos de algum pássaro (que têm ainda a desvantagem de cair, indisciminadamente em carros mal e bem estacionados). O que pretendo não é fazer justiça pelas próprias mãos, repito, mas precisamente combater a lei da selva - que não é senão o regime em que impera a justiça pelas próprias mãos. O autocolante foi a melhor maneira que encontrei para denunciar, de maneira civilizada mas veemente, as duas maiores carências nessa matéria: de civilidade dos condutores, em primeiríssimo lugar, e de acção das autoridades que têm entre as suas atribuições coibir a lei da selva.
se uma mota estiver estacionada em cima do passeio, leva com o autocolante?
ResponderEliminarentão, e se for uma bicicleta?
Parece-me que qualquer coisa que esteja no passeio a prejudicar a passagem deve levar com o autocolante. Até caixotes do lixo, embora talvez se possa fazer um autocolante diferente para estes. É que os caixotes são muitas vezes colocados em passeios estreitos bloqueando quase a totalidade da passagem. Quanto às bicicletas, dado a necessidade de as prender a qualquer coisa e como essa qualquer coisa em geral está no passeio, são uma questão delicada. Sempre que tenho que deixar a bicicleta amarrada a um poste tento pô-la o mais possível de forma a não prejudicar a passagem.
ResponderEliminarGostaria de pegar na questão da "justiça pela próprias mãos", que algumas pessoas detestam "visceralmente". Eu, por outro lado, sonho com o dia em que a justiça pelas próprias mãos seja a regra. Mas esta justiça não é sinónimo de castigo, como o "leitor/militante" pretende fazer equivaler nas suas linhas quatro e cinco. Tão habituados estamos a que justiça seja sinónimo de pena, castigo, punição, que esquecemos toda uma outra dimensão de justiça, como sinónimo de explicação, aprendizagem, evolução.
ResponderEliminarNa minha opinião, este movimento e o seu autocolante estão a fazer justiça neste segundo sentido, pois encaro o autocolante como uma forma de tentar sensibilizar quem estaciona de forma insensível.
Só nos resta esperar que quem vê o seu "autocolado" seja capaz de reconhecer o erro através do humilde autocolante e se esforce em não repetir o estacionamento no passeio ou passadeira.
então... mas uma bicicleta ocupa tanto como uma mota...
ResponderEliminaracho que tb têm de começar a levar com autocolantes.
se não há estacionamento para bicicletas, andem de transportes públicos ou peçam à câmara mais estacionamentos.
já agr, os peões que se metem na estrada antes de o sinal abrir (por exemplo, cais do sodre de manhã), devem levar com uma trancada??
Uma vez desviei-me de um peão que se mandou para o meio da estrada (infante d. Henrique)... se calhar devia ter ido em frente.
Uma bicicleta que bloqueia a passagem de peões deverá ter o mesmo tratamento, claro que sim!
ResponderEliminarNão percebo o que o facto de haver peões que não respeitam a sinalizações justificarem o estacionamento em cima do passeio.
Se conseguir cole autocolantes nas testas desses malandros! :)
O anónimo das 0:59 estará a falar a sério? Uma bicicleta ocupa tanto quanto uma mota como uma camioneta ocupa tanto como um carro. E as bicicletas não contribuem para a poluição atmosférica, engarrafamentos, morte nas estradas, perda da vida social nas ruas das cidades... o que não implica que possam ficar a bloquear passeios, mas implica que devam ser vistas como um modo de transporte suave e humano, ao contrário do carro. A pergunta sobre se os peões "devem levar uma trancada" revela má fé e desrespeito pela vida humana, pois a cidade é um espaço privilegiado para as pessoas viverem e como tal deveriam ter prioridade em qualquer sítio de qualquer rua e não apenas nas passadeiras, que aliás foram criadas para facilitar o tráfego automóvel, pondo os peões a atravessar apenas em certo locais e não um pouco por todo o lado, como acontecia antes.
ResponderEliminarTalvez devesse ter ido em frente na Infante D. Henrique e mais tarde descobrir que tinha atropelado a filha de uma pessoa amiga, por exemplo. Só posso qualificar o comentário deste anónimo como triste e decadente em valores humanos...
ao sr. leitor/militante,
ResponderEliminarconcordo consigo, o autocolante é a melhor solução possivel. Temos de pensar que há seres neste mundo menos evoluidos neste mundo e temos de ensina-los a bem, nao a mal (geralmente da mau resultado)
Relativamente as bicicletas no passeio, que li por aqui, acho que devemos considerar a bicicleta como "amiga" do peão, geralmente nao ocupa muito espaço, não levanta pedras do passeio, nao suja,... epá se por cada carro num passeio houvesse uma bicicleta estavamos nós bem melhor.
De facto, essa questão das bicicletas merece cada palavra que foi dita aqui e muitas mais. É um dos problemas mais graves das cidades portuguesas, esse das bicicletas. Ora, vamos lá ver se retomamos o sentido do que é e do que não é pertinente. Não se via logo que a intenção do primeiro anónimo era provocar a falsa questão da dicotomia entre peões e/ou bicicleteiros x condutores (como se não fossemos todos peões e a imensa maioria de nós condutores - uns bons, outros maus)?
ResponderEliminarbicicleta... esse instrumento do diabo com apenas duas rodas e que é mais dificil de dirigir que um carro. afinal um carro qualquer idiota consegue dirigir, mal ou bem, mas uma bicicleta que ocupa tanto espaço, polui tanto e que esses paises subdesenvolvidos e pobres do norte da europa tanto usam deveria ser banida!
ResponderEliminarmas alguém comparou a bicicleta com carros?
ResponderEliminarcomparei, sim, com motas... MOTAS... M O T A S...
Eu já tenho colado autocolantes e motas que ocupam o passeio, mas o problema não se compara com o dos carros.
ResponderEliminarBicicletas estacionadas ilegalmente no passeio, ainda não vi. Moro em Lisboa, e penso que falar de um problema de ocupação de passeios com bicicletas nesta cidade é um fait-divers manhoso.
Por vezes vê-se motas estacionadas abusivamente em cima dos passeios, mas mesmo assim não se compara com o problem dos carros, que há mais estacionados em cima do passeio, além de cada um ocupar muito mais espaço.
Quanto ao anónimo que sugere que devia ter atropelado um peão que estava no meio da estrada: gostava de vê-lo explicar à polícia que aleijar/matar um peão é equivalente a colar um autocolante no vidro de um carro a pedir-lhe que tenha mais civismo.
Cumprimentos:
João
e lá teimam eles em pegar nos carros e nos autocolantes... eu só estabeleci a analogia entre motas e bicicletas... não falei em carros.
ResponderEliminar